domingo, 11 de novembro de 2012

tempo




Tornei isto da escrita uma coisa muito minha e falo de coisas que mais ninguém percebe. A clareza das palavras e das ideias que antigamente imperavam por aqui tornou-se numa confusão que, talvez, ninguém consegue realmente entender. Se calhar nem eu consigo entender. São pensamentos e palavras que entoam bem alto na minha mente e que me correm para os dedos e tenho que escrever. Nesta anarquia de existências só tu é que me fazias sentido, e agora já nem isso fazes. Mas, por um lado fico contente. Contente por já não estares aqui a dar trabalho  à minha mente e ao meu coração. Agora já não tenho nada a esconder, e o pouco que tenho está guardado no meio de toda a escuridão que já nem eu vejo. Não vou mentir, às vezes ainda me aparece a tua imagem, por entre flores de amendoeira e brilhos dourados dum sol que já não existe. E por breves momentos sinto-me feliz. Tão breves que a felicidade nem tem tempo de se estender ao resto do meu corpo, é apenas o meu coração a sente e logo de seguida é-lhe roubada. Quando abalas-te devias ter roubado o meu coração também, pelo menos, ele não ia continuar à tua espera. E a esperança que aparece entre arco-iris e flores de primavera, essa, nunca mais a vi.

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